14 de set. de 2012

A Psicologia Analítica Carl G. Jung

Cap. 2
Jung e A Psicologia Analítica

 

         Um ponto fundamental de diferença entre Jung e Freud vincula-se com a natureza da libido. Para Freud a libido era predominantemente sexual enquanto que para Jung, a libido era uma energia vital generalizada, de que sexo apenas fazia parte. Para Jung, essa energia vital libidinal básica se exprime no crescimento e na reprodução, e também em outras atividades e depende do que é mais importante para o individuo num momento particular. Essa primeira diferença entre ambos deixou Jung livre para dar interpretações diferentes ao comportamento. O que em Freud só podia definir em termos sexuais, para Jung, por exemplo, entre os três e os cinco anos de vida, que ele denominava fase pré-sexual, a energia libidinal serve às funções de nutrição e de crescimento e não tem nenhuma nuance sexual como na concepção freudiana. Jung também rejeitava o complexo de Édipo. Para Jung o apego da criança à mãe era em termos de uma necessidade de dependência, com todas as satisfações e rivalidades associadas com a função materna de fornecer alimento e a medida que a criança amadurece e desenvolve o funcionalismo sexual, as funções de nutrição combinam-se com sentimentos sexuais. A energia libidinal só assume forma heterossexual depois da puberdade. Ele não negava a existência de fatores sexuais, mas reduzia o papel do sexo ao de um dos impulsos que compõem a libido. Segundo biografias, Jung não tinha como usar, nem precisava de um complexo de Édipo em sua teoria, porque isso não tinha relevância para a infância. Ele descrevera sua mãe como uma mulher gorda e pouco atraente, e por isso nunca pôde compreender a insistência de Freud de que todo garotinho tinha anseios sexuais pela mãe.

         Ao contrário de Freud, Jung não desenvolveu nenhuma insegurança, inibição nem ansiedade sobre o sexo quando adulto. “Para Jung, que satisfazia livre e freqüentemente suas necessidades sexuais, o sexo tinha um papel mínimo na motivação humana. Para Freud, acossado por frustrações e ansioso com seus desejos contrariados, o sexo tinha o papel central” (Schultz, 1990 p. 148).

         A segunda diferença básica entre as obras de Freud e Jung é a sua concepção da direção das forças que influenciam a personalidade humana. Freud via as pessoas como vítimas dos acontecimentos da infância: Jung acreditava que somos moldados por nossas metas, esperança e aspirações com relação ao futuro, bem como pelo nosso passado. Jung propunha que o comportamento humano não é determinado por inteiro pelas primeiras experiências da vida estando sujeito a mudança em anos subseqüentes.

         A terceira diferença entre os dois é que Jung enfatizava mais o inconsciente. Ele tentava mergulhar mais profundamente na mente inconsciente, acrescentando-lhe uma nova dimensão o que ele chamou de inconsciente coletivo que são as experiências herdadas dos seres humanos como espécie e as dos seus ancestrais animais.

         Jung usava o termo psique para referir-se à mente, que segundo ele consistia em três níveis: a consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.

 

...continua...

Ismenia Woyame

 

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